
"Não nasci são-paulino, escolhi ser são-paulino, se é que fui claro... vou explicar, só me interessei por futebol aos 5 anos, antes disso nem fazia idéia desse esporte singular... meu pai era santista, ou melhor, “pelezista”, pois antes de torcer para o Peixe, era fã do Rei Pelé; e só depois de algum tempo que descobri que minha mãe era palmeirense, na verdade, fã do então goleiro Leão.
Por essas e outras seria impensável eu ter nascido são-paulino... e por quê então escolhi o São Paulo??? No começo foi por causa de um centroavante genial que marcava muitos gols e jogava no São Paulo, e que me encantava muito em ver jogar... o nome dele: Careca!!! Era a época dos “Menudos do Morumbi”, time formado por jovens revelações como Silas (hoje técnico do Avaí), Muller, Sidney, e o principal destaque do time era Careca. Pra mim não havia aquela mágica que envolvia a camisa 10... para mim era importante a camisa 9!!! Não chegava a ser um time imbatível, mas a maneira ofensiva de jogar, os contra ataques rápidos e mortais, enchiam meus olhos quando garoto... Lembro muito bem da conquista do Brasileiro de 1986, numa épica decisão contra o Guarani, no tempo normal houve empate em 1 a 1, e na prorrogação 2 a 2, com direito a um golaço de Careca, daí vieram os pênaltis... de péssimas recordações já que o Brasil havia sido eliminado nos pênaltis pela França na Copa... e na primeira cobrança tricolor, Careca desperdiçou, o mundo parecia ter caído... mas a sorte estava do nosso lado, e o São Paulo conquistava o título nacional pela segunda vez... que alegria!!! Só que tudo o que é bom dura pouco... e aos poucos aquele time mágico ia se desfazendo, e meu grande ídolo foi exibir sua arte no Napoli de Maradona... mas ali já era são-paulino convicto.... o time foi mudando, vieram outros títulos paulistas, perdemos duas finais consecutivas de Brasileiro (em 1989 para o Vasco e 1990 para o Corinthians), e foi no final de 1990, que se iniciou a fase mais vencedora do tricolor... a “Era Telê”....
Num time comandado por Raí, Zetti, Muller e Cafu .... voltávamos a vencer o Brasileiro, e o principal, estávamos de volta a Libertadores!!! E veio 1992, o ano que entrou para a história tricolor... depois de termos levado um chocolate do Criciúma na estréia da Libertadores e dias depois outra goleada, agora diante do rival Palmeiras, pelo Brasileirão, “Mestre Telê” achou melhor priorizar apenas a Libertadores, a qual acompanhei pela TV Jovem Pan (alguém se lembra???), quem narrava os jogos era Milton Neves, no entanto, a TV JP saiu do ar justamente nos dias que antecederam as finais da Libertadores... e a final só seria transmitida pela Rede OM, que tinha uma parceria com a TV Gazeta, só que em Salto, o sinal da Gazeta era horrível, e apenas quem tinha antena parabólica poderia ver o jogo, só que naquela época eram poucos, os que tinham condição de possuir tal regalia, mas por iniciativa da Prefeitura saltense juntamente com os técnicos responsáveis pela retransmissão do sinal, que fizeram uma bela “gambiarra”, os torcedores tricolores de Salto conseguiram assistir a grande final contra o Newell’s Old Boys, e ver o São Paulo se sagrar campeão da Libertadores, detalhes curiosos, a narração da partida foi de Galvão Bueno, que naquele ano havia saído da Globo, e a imagem da TV era nítida, melhor até do que a imagem da Globo, no dia seguinte a Rede OM estava fora do ar para a cidade de Salto....
Com o título da Libertadores, o Tricolor iria disputar o Mundial Interclubes contra o poderoso Barcelona em Tóquio. Jogo memorável. Como poderia esquecer do drible desconcertante de Muller no zagueiro adversário, que até hoje procura a bola e o atacante... Raí cobrando a falta com precisão cirúrgica e fazer o gol do título... assim desbancamos o todo poderoso Barcelona... Tinha até um time de botão com esse time de 1992. No ano seguinte, o Tricolor repetiu a dose, Bi da Libertadores e Bi do Mundial com direito a um gol meio que sem querer de Muller, bem no final da partida diante do Milan... como era gostoso ouvir a torcida cantar... “Olê, olê, olê, olê, Telê, Telê... “ nada mais justo do que homenagear o grande Mestre... Havia até uma piadinha na época, que dizia que o são-paulino estava proibido de freqüentar as missas, pois toda vez que o padre levantava o cálice, o torcedor já entoava... “Oh, Tricolor, clube bem amado...”
Mas depois de tantas conquistas o Tricolor passou por uma época de vacas magras, com apenas alguns minguados títulos paulistas... e viu seus rivais crescerem e ganharem espaço... Palmeiras, Corinthians e Santos conquistavam títulos nacionais, e o São Paulo ficava no caminho... a torcida mal acostumada com tantos títulos chamava seus poucos ídolos de pipoqueiros... fase complicada... com goleadas para se esquecer... foi uma época complicada, para quem estava acostumado a ser pedra, era difícil ser vidraça...
Então veio o ano de 2005 e voltamos a vencer a Libertadores, voltaríamos para o Japão após 12 anos... e num jogo dramático, sendo pressionado durante os 90 minutos... o São Paulo se sagrava tricampeão mundial!!! Com Rogério Ceni fazendo defesas incríveis... 2005 era o ano do São Paulo e também de Rogério Ceni, que durante aquela temporada fez 20 gols... lembro bem do seu primeiro gol, foi no dia 15 de fevereiro de 1997, num jogo diante do União São João de Araras, coincidentemente dia do aniversário do meu irmão Rogério. Depois disso muitos outros gols vieram, juntamente com muitas defesas memoráveis e títulos pelo tricolor, não à toa que afirmamos: “Todos tem goleiro, mas só o São Paulo tem Rogério Ceni”.
Veio a “Era Muricy” já sem o futebol vistoso e ofensivo do passado e até do próprio “Expressinho”, que ele mesmo comandou... fazendo o time jogar de forma pragmática e defensiva, sem dar espetáculo, mas conseguindo resultados... tanto é que conseguimos 3 títulos consecutivos do Brasileirão...
Apesar de me considerar novo, tive o privilégio de ver todas essas fases do meu Tricolor, vi grandes feras passarem pelo meu time, e também muitos pernas de pau com a camisa tricolor; grandes conquistas, grandes vexames...
“Graças à Deus sou Tricolor; é o meu time de coração; ele ganhando ou perdendo; será pra sempre o campeão”.
Por essas e outras seria impensável eu ter nascido são-paulino... e por quê então escolhi o São Paulo??? No começo foi por causa de um centroavante genial que marcava muitos gols e jogava no São Paulo, e que me encantava muito em ver jogar... o nome dele: Careca!!! Era a época dos “Menudos do Morumbi”, time formado por jovens revelações como Silas (hoje técnico do Avaí), Muller, Sidney, e o principal destaque do time era Careca. Pra mim não havia aquela mágica que envolvia a camisa 10... para mim era importante a camisa 9!!! Não chegava a ser um time imbatível, mas a maneira ofensiva de jogar, os contra ataques rápidos e mortais, enchiam meus olhos quando garoto... Lembro muito bem da conquista do Brasileiro de 1986, numa épica decisão contra o Guarani, no tempo normal houve empate em 1 a 1, e na prorrogação 2 a 2, com direito a um golaço de Careca, daí vieram os pênaltis... de péssimas recordações já que o Brasil havia sido eliminado nos pênaltis pela França na Copa... e na primeira cobrança tricolor, Careca desperdiçou, o mundo parecia ter caído... mas a sorte estava do nosso lado, e o São Paulo conquistava o título nacional pela segunda vez... que alegria!!! Só que tudo o que é bom dura pouco... e aos poucos aquele time mágico ia se desfazendo, e meu grande ídolo foi exibir sua arte no Napoli de Maradona... mas ali já era são-paulino convicto.... o time foi mudando, vieram outros títulos paulistas, perdemos duas finais consecutivas de Brasileiro (em 1989 para o Vasco e 1990 para o Corinthians), e foi no final de 1990, que se iniciou a fase mais vencedora do tricolor... a “Era Telê”....
Num time comandado por Raí, Zetti, Muller e Cafu .... voltávamos a vencer o Brasileiro, e o principal, estávamos de volta a Libertadores!!! E veio 1992, o ano que entrou para a história tricolor... depois de termos levado um chocolate do Criciúma na estréia da Libertadores e dias depois outra goleada, agora diante do rival Palmeiras, pelo Brasileirão, “Mestre Telê” achou melhor priorizar apenas a Libertadores, a qual acompanhei pela TV Jovem Pan (alguém se lembra???), quem narrava os jogos era Milton Neves, no entanto, a TV JP saiu do ar justamente nos dias que antecederam as finais da Libertadores... e a final só seria transmitida pela Rede OM, que tinha uma parceria com a TV Gazeta, só que em Salto, o sinal da Gazeta era horrível, e apenas quem tinha antena parabólica poderia ver o jogo, só que naquela época eram poucos, os que tinham condição de possuir tal regalia, mas por iniciativa da Prefeitura saltense juntamente com os técnicos responsáveis pela retransmissão do sinal, que fizeram uma bela “gambiarra”, os torcedores tricolores de Salto conseguiram assistir a grande final contra o Newell’s Old Boys, e ver o São Paulo se sagrar campeão da Libertadores, detalhes curiosos, a narração da partida foi de Galvão Bueno, que naquele ano havia saído da Globo, e a imagem da TV era nítida, melhor até do que a imagem da Globo, no dia seguinte a Rede OM estava fora do ar para a cidade de Salto....
Com o título da Libertadores, o Tricolor iria disputar o Mundial Interclubes contra o poderoso Barcelona em Tóquio. Jogo memorável. Como poderia esquecer do drible desconcertante de Muller no zagueiro adversário, que até hoje procura a bola e o atacante... Raí cobrando a falta com precisão cirúrgica e fazer o gol do título... assim desbancamos o todo poderoso Barcelona... Tinha até um time de botão com esse time de 1992. No ano seguinte, o Tricolor repetiu a dose, Bi da Libertadores e Bi do Mundial com direito a um gol meio que sem querer de Muller, bem no final da partida diante do Milan... como era gostoso ouvir a torcida cantar... “Olê, olê, olê, olê, Telê, Telê... “ nada mais justo do que homenagear o grande Mestre... Havia até uma piadinha na época, que dizia que o são-paulino estava proibido de freqüentar as missas, pois toda vez que o padre levantava o cálice, o torcedor já entoava... “Oh, Tricolor, clube bem amado...”
Mas depois de tantas conquistas o Tricolor passou por uma época de vacas magras, com apenas alguns minguados títulos paulistas... e viu seus rivais crescerem e ganharem espaço... Palmeiras, Corinthians e Santos conquistavam títulos nacionais, e o São Paulo ficava no caminho... a torcida mal acostumada com tantos títulos chamava seus poucos ídolos de pipoqueiros... fase complicada... com goleadas para se esquecer... foi uma época complicada, para quem estava acostumado a ser pedra, era difícil ser vidraça...
Então veio o ano de 2005 e voltamos a vencer a Libertadores, voltaríamos para o Japão após 12 anos... e num jogo dramático, sendo pressionado durante os 90 minutos... o São Paulo se sagrava tricampeão mundial!!! Com Rogério Ceni fazendo defesas incríveis... 2005 era o ano do São Paulo e também de Rogério Ceni, que durante aquela temporada fez 20 gols... lembro bem do seu primeiro gol, foi no dia 15 de fevereiro de 1997, num jogo diante do União São João de Araras, coincidentemente dia do aniversário do meu irmão Rogério. Depois disso muitos outros gols vieram, juntamente com muitas defesas memoráveis e títulos pelo tricolor, não à toa que afirmamos: “Todos tem goleiro, mas só o São Paulo tem Rogério Ceni”.
Veio a “Era Muricy” já sem o futebol vistoso e ofensivo do passado e até do próprio “Expressinho”, que ele mesmo comandou... fazendo o time jogar de forma pragmática e defensiva, sem dar espetáculo, mas conseguindo resultados... tanto é que conseguimos 3 títulos consecutivos do Brasileirão...
Apesar de me considerar novo, tive o privilégio de ver todas essas fases do meu Tricolor, vi grandes feras passarem pelo meu time, e também muitos pernas de pau com a camisa tricolor; grandes conquistas, grandes vexames...
“Graças à Deus sou Tricolor; é o meu time de coração; ele ganhando ou perdendo; será pra sempre o campeão”.
Márcio Takeshi Uto é economista, sãopaulino e blogueiro: http://www.takeshiuto.blog.uol.com.br/
Rodrigo, obrigado pela oportunidade. E acima das rivalidades clubísticas, deve se haver o respeito e a amizade.
ResponderExcluirAbçs.
É um prazer imenso ter seu texto publicado no meu blog. Sua presença só enriquece mais este espaço. A rivalidade é que move o futebol...
ResponderExcluirObrigado, Marcio...
Rodrigo, tenho um amigo que gostou dos textos aqui publicados, sobre Palmeiras e SP, e quer mandar o dele sobre o Corinthians, tem interesse em publicar em seu blog? Abçs
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