Com uma torcida minguada, estrutura precária, sem ajuda do poder público e de empresários, o Primavera chega aos 83 anos de forma melancólica. Se pensarmos bem, não há o que comemorar. Um time pobre dentro de uma cidade rica. "Como pode um time como o Monte Azul, com cerca de 15 mil habitantes ter um time na principal série do futebol paulista e Indaiatuba não?". Esta era uma pergunta recorrente feita pelo então presidente do Conselho Deliberativo, José Renato Guimarães, falecido recentemente, aos repórteres de jornal da cidade. E é fácil de responder. Pujança econômica, aliado a foco. Foco. Esta palavra de quatro letras é que o Primavera precisa. Primeiramente precisa esquecer de Copa São Paulo de Júnior. Todo fim e começo de ano vejo um esforço enorme para montar o time que sempre fica na fase de grupos. Os esforços precisam ser feitos para o time principal voltar a figurar na série A3, em seguida Série A2 e quem sabe um dia na tão sonhada A1. Me lembro de um domingo de manhã quanto o Grêmio Barueri veio até Indaiatuba e enfiou 4 x 0 no Primavera, com dois gols de Pedrão. É, meu caro leitor, é o Grêmio Barueri que está para virar Grêmio Prudentino e hoje figura entre os grandes do estado e do Brasil!!! Se o time tivesse estrutura poderia tentar trazer os moradores da zona Sul da cidade para acompanhar os jogos do Primavera. É nesta faixa da cidade onde fica o torcedor que "gosta de futebol", que sai de casa no domingo de manhã para ver seu time do bairro nos campeonatos amadores da cidade. É esta faixa da população que o time precisa forcar e investir como possíveis futuros torcedores.
Mas é preciso lembrar também que hoje o Primavera é dirigido por empresários abnegados, que muitas vezes deixam de lucrar em suas empresas para investir no clube. Perdem tempo no clube ao invés de estarem em casa com seus familiares. São verdadeiramente apaixonados pelo time e precisam ser aplaudidos pelo que fazem. E é importante dizer que hoje o Primavera não tem respaldo algum da administração atual da cidade. Só tem apoio, que é muito pouco.
Mas a administração do clube, a meu ver, começa a olhar para a Segunda Divisão do Paulista de uma forma diferente. Desmembrou o time de Júnior do time profissional. O profissional será administrado por Ivo Secchi, time que digiriu a equipe na Copa SP de Júnior. O Júnior será tocado por Ailton Lira, ao que tudo indica. Isso é importante e explico a minha visão. O time profissional tem que ser a prioridade. Seria melhor o time ser campeão da Copa SP ou subir de divisão? Claro que seria subir para a A3.
Outro ponto a ser lembrado é a mal fadada parceria com o Racing Santander, que quer gerir o clube, mas não quer investir nele. Uma definição clara e transparente seria a melhor saída para o clube.
Aos 83 anos, é momento do Primavera crescer. Mas para isso seria necessário uma união de forças da cidade, empresários e até o poder público dando um pouco de estrutura ao clube. Mas temo que isso seja uma mera utopia. Espero estar errado. Vamos, Primavera. Força, Primavera. Parabéns, Primavera.
Rodrigo, ao invés de se comemorar, os times do interior tem apenas a lamentar, o caso do Primavera não é o único, quantos clubes fizeram história no futebol paulista e brasileiro, e hoje vive a beira da falência ou nas mãos de pessoas que utilizam o clube apenas como vitrine para "revelar" talentos. É uma pena.
ResponderExcluirO futebol do interior está igual as cidades afetadas pelas chuvas, de "pires na mão"....
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