O despertador toca 6h20, pois a "dona patroa" - como gosta de dizer o meu pai, em referência as "norinhas" que tem- acorda para se arrumar. O meu despertador só me lembra das obrigações do dia a dia, às 6h40. Ainda assim, demoro uns 5 minutos para sair da cama ( que triste!!!!!!!!). Saímos de casa 7h. Levo ela em um ponto onde a van tem a obrigação de deixá-la em seu trabalho. Eu, bom, eu começo a meu dia com "informação". Aliás, o melhor slogan que já escutei é "informação é o nosso esportes", da ESPN Brasil. De segunda, quarta e sexta me exercito pela manhã (tá difícil de perder o pneu - se tivesse a grana do Ronaldo Fenômeno faria igual ele!!!!). Ao sair da academia vou tomar um café, puro e grande. Aproveito para ler o Lance! e o JT (para quem não sabe, é o Jornal da Tarde), ambos sem pagar um tostão, o que é melhor ainda!!! Chego à Redação às 8h30. Ligo o meu computador e acesso os sites esportivos, blog, e leio a Folha de S. Paulo (o melhor caderno de Esportes do Brasil). Faço um cronograma (o difícil é segui-lo) sobre as pautas que tenho, e aguardo o "boneco" para saber quantas páginas tenho disponível e o espaço nelas. Ah, minha mesa é papel pra tudo quanto é lado. Uma bagunça sem tamanho. É jornal espalhado para tudo quanto é lado, papel e duas garrafas de água. Dizem que é bom para emagrecer... Sou muito desorganizado! Mas encontro todos as minhas anotações. Só não quando a faxineira junta toda a papelada, para meu desespero.
Telefone pra cá, arquivos pra lá, msn ligado e atento... converso invariavelmente com várias pessoas por telefone por dia, fontes, cornetas e palpiteiros. Chego e-mail, e este blog a todo momento. Sempre tem alguém ligando sugerindo pauta, querendo saber como andam as coisas. Por isso, não saio para lugar nenhum sem caneta e papel. Repórter não pode confiar somente na memória.... e se ela falhar? E precisa ter a percepção de onde pode surgir algo diferente das reportagens do dia a dia....
Por volta das 11h30 vou almoçar. Entre uma garfada e outra trânsito entre os programas esportivos das 12h, como o da Bandeirantes, Globo, e, principalmente, o Bate Bola na ESPN Brasil. Afinal, tenho que ficar informado, ora, bolas!!!!!!
Na parte da tarde o trabalho render mais. A matéria principal, invariavelmente a da página 17, que abre o Caderno de Esporte do JORNAL VOTURA, é mais trabalhosa e também a mais prazerosa... É sempre a que tenta "segurar" o leitor - na faculdade fala-se na pirâmidade - no topo a reportagem mais importante, descendo para as outras que completam o caderno... Tento escrever uma coluna de bastidores a cada 15 dias. Mas em cidade pequena como Indaiatuba os jornalistas sofrem com os "chatos de plantão". Aqueles que não gostaram do que você escreveu e o ameaçam, reclamam, dizem que a matéria estava errada, coisa deste tipo. Mas os que reclamam são aqueles que na semana seguinte te liga para contar novo "causo". Fonte é sempre assim: se vocês escreve o que ele quer, você é o melhor do mundo. Se não o agrada, é ruim... Vivemos no fio da navalha... E são tantas as competições, ligas, e atletas que disputam competições na cidade, que é humanamente impossível de os jornais darem atenção a tudo e a todos. A cobertura dos três jornais que cobrem esporte na cidade é muito boa.
As outras matérias tendem a focar dia a dia dos times amadores, com quem vão jogar, quem pode desequilibrar o jogo, qual o time que está invicto, quem é o maior rival... se tal time se baseia na defesa, para depois atacar o rival... coisa deste tipo que move o futebol... Nunca fui bom de matemática, química, muito menos física. Graças a Deus inventaram a calculadora. E gosto muito de utilizar os números em minhas reportagens. Analisar se os números daquele time refletem o bom momento do time... Os times campeões sempre contam com defesas firmes e bons ataques, pelo menos no futebol amador de Indaiatuba. Além disso, é muito interessante comparar campanhas passadas, para saber onde melhorou e onde piorou o time, nas mãos de um técnico em detrimento ao outro...
Mas mesmo o futebol sendo o "carro-chefe" na cobertura jornalística, há muito espaço para os outros esportes. Sempre dedico ao menos uma página para falar de alguém que se destacou ou vai participar de alguma competição, como natação, vôlei, basquete, ciclismo e atualmente até o rugby.Outra característica da cidade é ter um forte futsal. Isso desde os tempos da Tejusa. Hoje o futsal forte é organizado pela Aifa. Pelo menos uma matéria precisa abordar a principal competição, pois envolve muitos atletas locais. Além disso, jornalista precisa ficar atento para sacar onde está havendo desmando de dirigentes, se o dinheiro está sendo bem empregado, coisas "políticas" do esportes.
Ah, mas um noticiário esportivo também se baseia em muita fofoca. É isso mesmo, fofoca, ok,ok, como diz o folclórico Nelson Rubens.....
Tem fulano que liga para dizer que tal dirigente tá sacaneando o time dele, que mudou o horário do jogo para beneficar o time A, em detrimento o B. Isso é o que mais acontece. Sempre saio da Redação com sentimento de que tenho que fazer mais... e o sentimento precisa ser sempre esse!!!
Rodrigo, post excelente. Bastidores da notícia...
ResponderExcluirFoi justamente esse o espírito, mostrar o outro lado das páginas esportivas!!!
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