sexta-feira, 17 de julho de 2009

15 ANOS DO TETRA DA SELEÇÃO BRASILEIRA

Foto-CBF
Legenda- ROMÁRIO, O HOMEM DA COPA DE 94

A exatos 15 anos, na tarde de 17 de julho de 1994, no estádio Rose Bowl, em Pasadena/Los Angeles, nos Estados Unidos, a Seleção Brasileira de Futebol conquistou o tetracampeonato mundial ao vencer na decisão a Itália por 3 x 2 nas penalidades. O jogo no tempo normal ficou no 0 x 0. Foi a primeira vez na história das Copas que uma final foi decidido no tiro livre. O que chama a atenção e pouca gente se atentou a isso, é que após a dramática tragédia do Sarriá em 1982, Brasil x Itália voltaram a se enfrentar e nos pênaltis se repetiu o placar de 3 x 2, só que desta vez em benefício do Brasil.
Lembro como se fosse hoje. Eu, meus dois irmãos mais velhos e meu pai (minha mãe vez ou outra aparecia na sala para saber oplacar) assistimos toda a partida pela transmissão da TV Bandeirantes, como narração do Luciano do Valle e comentário de Gerson- o canhotinha de ouro- e Tostão - o mestre-, ambos tricampeões em 1970, no México. Sofriamos pelo Brasil jogar um futebol pragmático,com posse de bola e explorando a individualidade de Romário e Bebeto. Mas não podemos deixar de dizer que era um Brasil eficiente. Demoramos alguns anos para darmos o devido valor ao título conquistado da maneira mais europeia possível: defesa instransponível e contragolpes mortais. Nós, amantes do futebol não suportamos isso!!! Queremos ganhar sempre dando espetáculos e pondo o rival na "roda". Mas este futebol romântico já passou.
Também recordo que a rua principal da pequena cidade em que nasci ficou "abarrotada". Era um "mundarel" de pessoas vestindo o verde e o amarelo. A decisão acabou já por volta das 18h. Estava escurecendo. Mas mesmo assim ocorreu a tradicional passeata,um buzinaço infernal. Comemoravamos as vitórias tomando a recém lançada "Kaiser Bock",- sensação na época- uma cerveja escura, mais forte, justamente para se beber no inverno. Mas em Tupi Paulista, região de Presidente Prudente, é errado dizer que há inverno. O calor perdura nos 12 meses do ano.
Para quem não viu, fica a dica de alugar ou comprar o filme ofical da Copa do Mundo de 1994, "Todos os Corações do Mundo", que mostra uma cena emblemática de Romário encarando o italiano Roberto Baggio, quando os times estavam prestes a adentram o gramado do estádio da Califórnia. Aliás, os europeus sofreram nos Estados Unidos. Por causa do fuso horário, as partidas eram disputadas no calor de perto de 40 graus do meio dia.
A Copa foi de Romário. Ele conduziu o time ao título, jogando ao lado de lépido Bebeto.

No gol tínhamos a segurança de Taffarel. Na lateral-direita Jorginho, que na final se contundiu e deu lugar a Cafu. A zaga seria formada por Ricardo Gomes e Ricardo Rocha. Ambos se machucaram e o miolo de zaga foi composto por Marcio Santos e Aldair. Mauro Silva e Dunga, ambos volantes pegadores, foram sensacionais na tarefa a que foram incumbidos. Mazinho e Zinho eram pontas pela direita e esquerda, respstivamente. Armavam o time quando tinha a bola e marcavam muito sem ela. E Romário e Bebeto desequilibraram. Carlos Alberto Parreira foi o técnico e Zagallo o auxiliar.

O gol mais sintomático do título foi o de Branco, nas quartas-de-final diante da Holanda. Ele bate falta precisa, Romário tira a "bunda" da bola e ela caprichosamente toca no pé direito da trave e entra: 3 x 2 e passaporte para o título.

Ficha técnica da final
Data: 17 de julho de 1994
Brasil 0 x 0 Itália ( nos Pênaltis: Brasil 3×2)
Local: Pasadena / Los Angeles ( Estádio Rose Bowl)
Público: 94.394
Árbitro: Sándor Puhl (Hungria)
Cartões Amarelo: Mazinho, Apolloni, Albertini e Cafu
Na Decisão por Pênaltis, para o Brasil bateram: Márcio Santos, que perdeu, Romário, Branco e Dunga, Bebeto não precisou fazer a sua cobrança. Para a Itália bateram: Franco Baresi, que perdeu, Demetrio Albertini, Alberigo Evani, Daniele Massaro, Taffarel defendeu, e Roberto Baggio, que chutou para fora.
Brasil: Taffarel, Jorginho, depois Cafu, Aldair, Márcio Santos e Branco; Mauro Silva, Dunga, Mazinho e Zinho, depois Viola; Bebeto e Romário. Técnico: Carlos Alberto Parreira
Itália: Pagliuca, Mussi, depois Apolonni, Baresi, Maldini e Benarrivo; Dino Baggio, depois Evans, Donadoni, Berti e Albertini; Roberto Baggio e Massaro. Técnico: Arrigo Sacchi.

2 comentários:

  1. Rodrigo, lembro muito bem dessa Copa... acompanhei praticamente todos os jogos... as sensações Suécia, Romenia e Bulgaria, a queda de Maradona, Roger Milla fazendo gol com 42 anos... e essa decisão nos penaltis... minha mente me fez voltar na Copa de 1986, Zico perdendo penalti na prorrogação... e na decisão por penaltis Brasil eliminado pela França... mas em 1994 para nossa alegria a final foi bem diferente... Se em Tupi Paulista tava calor, em Salto era inverno mesmo... nesse período tava frio!!!
    Apenas para acrescentar, a zaga teria Mozer e Ricardo Gomes, ambos cortados na véspera da Copa, dando lugar a Marcio Santos e Ronaldão. Ricardo Rocha se machucou na estréia.
    Excelente dica, de filme, só é complicado de achar em DVD.
    Lendo este post, já me passou na cabeça imagens daquela Copa... muito bacana...
    Parabéns!!!

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  2. Rodrigo...eu tbém me lembro da Copa de 94...não sei onde estava por este mundão, mas me lembro bem do Galvão gritando: É Tréta!!!..É Tréta!!..rssss...adorei a digressão dos episódios na querida Pipi Paulista...na 9 de Julho abarrotada em dias pós-decisão de futebol..mas não me lembro da Kaiser Bock por estas épocas, não (sempre uma cerva, que não sei mais o que é isso há anos)...Posso imaginar ocê, o Rogério , Beto e o Dorival na sala, vendo o Brasil sofrer para ganhar.
    Muito legal seu texto sobre a Copa de 94...Mas pior foi a de 1982...curuzes, um horror!!!! Ó, também tenho um blog, mas ainda não postei nada..(tava tocando um projeto meu, o Diário de Mococa.com.br, tava indo bem até eu fazer uma matéria paidéguinha, e aí o meu rabo de palha não suportou pular a fogueira das vaidades..e me queimei)...vem cá...escreve para mim aí, please (no meu e-mail: biramariano@gmail.com)

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